A resposta do regime colonial-fascista às lutas dos povos dominados recorreu a métodos ainda mais violentos do que aqueles que tinham marcado todo o percurso repressivo da Ditadura Militar e do Estado Novo.
Não apenas foram mais restringidas as poucas liberdades formais ainda vigentes como, sobretudo, foram redimensionados e repostos em atividade ou edificados toda uma série de estabelecimentos prisionais a que, muito justamente, temos chamado "Cárceres do Império" – até na medida em que as vítimas eram frequentemente atiradas de uma para outra prisão, quantas vezes a milhares de quilómetros das suas residências e das suas famílias.
No espaço de dois meses, o governo de Salazar criou formalmente, pela mão do ministro do Ultramar, Adriano Moreira, dois campos de concentração, eufemisticamente denominados "campos de trabalho":
Portaria n.º 18539, de 17 de junho de 1961 reabriu em Cabo Verde, o Campo de Concentração do Tarrafal, agora designado Campo de Trabalho de Chão Bom;
Portaria n.º 18702, de 24 de agosto de 1961 instituiu em Angola, no Cuando Cubango, o Campo de Trabalho de Missombo.