«A criação do Campo de Concentração do Tarrafal, num tempo crucial para a vida dos trabalhadores e dos povos em Portugal e no mundo, marcou de forma indelével a organização e a actividade do Partido Comunista Português e a vida de muitos dos seus militantes, incluindo alguns dos seus mais destacados dirigentes à época, a começar pelo Secretário-Geral do PCP, Bento Gonçalves, que lá morreria.»
«Dos 151 antifascistas seleccionados para irem inaugurar o Campo (Outubro, 1936) os comunistas, incluindo os membros da Organização Revolucionária da Armada (23%), constituíam a componente mais numerosa, nos quais se incluía um número significativo de dirigentes do PCP e da Federação das Juventudes Comunistas […] Dos 32 mortos que povoaram o cemitério do Campo, 22 (67,8%) eram membros do PCP.»
«A actividade da organização comunista prisional no Tarrafal não está isenta de erros de avaliação e decisão política, de política de quadros e de trabalho com outras forças, mas é um facto histórico a sua contribuição para a reorganização do PCP no começo dos anos 40 do século passado que o transformou num grande partido nacional clandestino e para a criação de um aparelho técnico que se torna indestrutível face à repressão fascista e que foi suporte da resistência organizada.»