Nos “Diários de Salazar” encontra-se registada, no dia 8 de outubro de 1935, às 17.30, uma reunião sobre a “colónia penal em Cabo Verde para presos políticos e sociais”.
Nessa reunião participaram, além de Oliveira Salazar, os ministros do Interior, da Justiça e das Obras Públicas, o Cap. Agostinho Lourenço, diretor da PVDE, e o Cap. França e Sousa, autor de um anteprojeto para o campo de concentração do Tarrafal.
De seguida, às 19.30, Salazar reuniu com Duarte Pacheco, ministro das Obras Públicas e Comunicações para “despachos”.
E, com a mesma data, Salazar ordenou a construção do Campo de Concentração do Tarrafal, a cargo do Ministério das Obras Públicas, dotando-a, para a 1.ª fase das obras, com a verba de 3.500.000$00.
Seis meses depois, a 23 de abril de 1936, é publicado o Decreto-lei 26 539, que criou “uma colónia penal para presos políticos e sociais no Tarrafal, da ilha de Santiago, no arquipélago de Cabo Verde”.
Passados outros 6 meses, a 29 de outubro de 1936, dão entrada no Campo de Concentração os primeiros 151 deportados.
Encerrado em 1954, o Campo de Concentração foi reaberto pela Portaria n.º 18 539, de 17 de junho de 1961, assinada pelo ministro do Ultramar Adriano Moreira, que o designou como “Campo de Trabalho de Chão Bom”.