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Residência fixa... numa prisão

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Isolamento
Isolamento

«No que respeita aos 100 presos que foram deportados da Guiné para o campo de concentração do Tarrafal, encontrámos grandes dificuldades na obtenção de dados rigorosos sobre cada um e deparámo-nos, bem assim, com a ausência da maioria dos seus registos fotográficos.»

«O alegado “legalismo” do regime fascista está bem presente no caso dos Guineenses deportados para o Campo de Concentração do Tarrafal. Com efeito, nenhum desses homens tinha sido levado a tribunal, julgado ou condenado. Concentrados primeiro na designada Colónia Penal da Ilha das Galinhas, no arquipélago dos Bijagós, foram transportados para Cabo Verde, diretamente para o Tarrafal, na Ilha de Santiago. Administrativamente, foi-lhes fixada residência … numa prisão, neste caso a do Tarrafal.»

Os guineenses presos em 1962 e deportados para o Tarrafal são um exemplo claro da violência colonial. Enviados para Cabo Verde, são-lhes aí destinados tratamentos diferenciados, designadamente:

  • A colónia da Guiné dava menos dinheiro para a subsistência dos seus presos do que as colónias Angola ou Cabo Verde.
  • Os presos não receberam alimentação a que estavam habituados, nem em quantidade suficiente - adoecendo gravemente muitos deles.
  • Dois dos presos guineenses (Cutubo Cassamá e Biaba Nabué) morreram no Campo, respetivamente a 12 e a 24 de novembro, escassos dois meses após a sua chegada.
  • Foram impedidos de estudar e de concorrer aos exames do ensino primário e liceal.
  • Não lhes foi permitido a acesso a livros e outras publicações, sendo-lhes referido simplesmente que tal autorização se destinava apenas aos presos angolanos.
  • Foram punidos por terem dirigido ao governador de Cabo Verde uma petição sobre consultas médicas e fornecimento de medicamentos.
  • Foram obrigados a assinar uma exposição que mostrasse o seu arrependimento.

 

«Dois indivíduos presos no Tarrafal aparentavam não preencher as condições para o regresso à Guiné: terão sido sucessivamente punidos na cadeia, não renegariam as suas orientações políticas, evidenciando a manutenção da perigosidade e, finalmente, teriam recusado assinar as referidas exposições de arrependimento – eram eles Aristides Teodorico Barbosa e Mário Mamadú Turé (Momo Turé). Tratou-se, provavelmente, de uma encenação com vista a encobrir que estavam já “virados” e sob “proteção” policial.»

Alfredo Caldeira

Livro

  • Apresentação
  • Morte lenta no Chão Bom
  • O Estado Novo e o novo perigo espanhol
  • A Greve Geral Revolucionária do 18 de janeiro de 1934
  • Da revolta dos Marinheiros
  • Os Comunistas e o Tarrafal
  • Resistência Anarquista
  • Criação do Campo do Tarrafal
  • Legislação
  • Mais e mais prisões
  • Campo de Chão Bom, Tarrafal – uma prisão (também) angolana
  • Angolanos no Tarrafal – Pequeno guia para uma história política
  • A repressão colonial na Guiné a partir de 1962
  • Residência fixa ... numa prisão
  • Presos cabo-verdianos no Tarrafal – 1970/1974
  • Cruz Vermelha Internacional: omissão e encenação
  • Encontro de vontades
  • 1.º de Maio de 1974: Libertação
  • Dever de memória
  • Glossário
  • Siglas
  • Bibliografia
  • Filmografia do Tarrafal

Sobre o Tarrafal

  • Apresentação
  • As duas fases do Campo de Concentração
  • Fase I - Colónia Penal de Cabo Verde
  • Campo de Trabalho de Chão Bom
  • Os mortos
  • Libertação
  • Homenagens
  • Exposições
  • Filmografia do Tarrafal
  • O Tarrafal em sons

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