«Em finais de 2022 entendemos unir esforços no sentido de criar um Centro de Documentação do Campo de Concentração do Tarrafal, abrangendo, pela primeira vez, as suas duas fases: a dos antifascistas portugueses (1936-1954) e a dos nacionalistas africanos para ali enviados de Angola, Guiné e Cabo Verde.»
«A publicação que agora se disponibiliza […] pretende […] honrar a memória de quantos ali estiveram presos e de quantos ali faleceram, em função dos maus-tratos infligidos pelos carcereiros, às ordens dos governos ditatoriais, presididos por Salazar e Marcelo Caetano.»
Visa, antes do mais, documentar as vidas dos presos que permaneceram no Tarrafal e os martírios constantes a que estiveram sujeitos no campo da morte lenta, dando voz às suas lutas e memórias.
Ao longo de 31 anos de funcionamento (1936-1954 e 1961-1974), o Campo recebeu um total de 588 presos políticos e sociais: 361 de Portugal, 107 de Angola, 100 da Guiné e 20 de Cabo Verde.
Os excertos adiante publicados são da inteira responsabilidade dos signatários e pretendem, tão só, ilustrar as posições assumidas pelos Autores, que obviamente as abordam com outra profundidade.