Portugal

Nasceu em 27-01-1903, em Vila Franca de Xira. Pedreiro, aderiu ao PCP na década de 1930 e interveio nos preparativos da greve revolucionária de 18 de janeiro de 1934, cabendo-lhe atuar junto das fábricas de Benfica e inutilizar a rede elétrica. No dia 18, participou no lançamento de duas bombas contra a locomotiva do comboio que, à meia-noite, costumava passar pela Estação de Benfica. Preso em 24-02-1934 e julgado em 14-08-1934, seria condenado a 12 anos de degredo, ficando à disposição do Governo.
«Chico Sapateiro» Nasceu em 18-12-1907, em Baleizão, Beja. Aprendiz de sapateiro em Serpa, participou no associativismo local e, em 1931, refugiou-se em Espanha. Regressou em 1932, aderiu ao PCP e, em 1935, partiu para Moscovo, onde frequentou a Escola Leninista. Voltou em 1937, entrou na clandestinidade e integrou o Secretariado e o Comité Central. Franzino, discreto e pouco expansivo, foi dos presos políticos que mais tempo esteve encarcerado, totalizando 21 anos.
«O Russo» Nasceu em 20-09-1909, em Freineda, Almeida. Jornaleiro, com residência em Freineda, foi entregue, em 16-07-1941, no Posto de Vilar Formoso pelo Julgado Municipal de Almeida e transferido, no dia seguinte, para a Delegação do Porto da PVDE, onde ficou à disposição do TME. Condenado, em 12-08-1941, a 6 anos de degredo, passou, em 31-08-1941, para o Forte de Caxias e, em 04-09-1941, embarcou para o Tarrafal.
Nasceu em 12-03-1904, em Évora. Pedreiro, seria preso em Vilar Formoso, em 04-03-1942, levado para a sede de PVDE e enviado, em 06-03-1942, para o Aljube. Transferido, em 04-05-1942, para Peniche, retornou, em 08-09-1942, ao Aljube, a fim de embarcar, em 10-09-1942, para o Tarrafal, sem ter sido julgado e onde era conhecido como «o cortador de Évora». Terá lutado em Espanha do lado republicano e, em 1945, teve de passar para o Pavilhão C4, «um lugar reservado para receber os prisioneiros que enlouqueciam», devido ao seu estado de saúde emocional.
Nasceu em 08-06-1909, em Lisboa. 1.º artilheiro do navio «Bartolomeu Dias» e militante comunista da ORA, participou, em 08-09-1936, na «Revolta dos Marinheiros». Acusado do crime de «insubordinação», foi entregue, nesse mesmo dia, pelas autoridades de Marinha à PVDE, levado para o 3.º Posto da 14.ª Esquadra, «Mitra», na zona oriental de Lisboa, e transferido, em 18-09-1936, para a Penitenciária de Lisboa. Condenado, em 13-10-1936, a 5 anos de prisão maior celular, seguidos de 10 de degredo ou, em alternativa, a 17 anos e meio de degredo, embarcou, em 17-10-1936, para o Tarrafal.
«O Serrenho» Nasceu em 12-10-1910 (ou 02-10-1909), em El Almendro, Huelva. Comerciante, foi entregue pela Guarda Fiscal no Posto de Vila Real de Santo António em 04-05-1940, por estar indocumentado, enviado para a cadeia da Comarca daquela Vila e expulso em 15-05-1940, ficando proibido de entrar no país. Preso pela PIDE em 24-03-1948 e levado para a Cadeia do Aljube, onde passou três períodos de internamento na sua enfermaria (27-07-1948 a 03-08-1948, 16-11-1948 a 15-12-1948 e 7-02-1949 a 11- 03-1949).
Nasceu em 30-04-1890, em Grijó. Industrial talhante, de orientação socialista e simpatizante libertário, vivia e trabalhava em Ferrol, juntamente com filhos Domingos e Patrício. Entregue, em 28-08-1936, no posto fronteiriço de Valença, à Guarda Fiscal e à PVDE, foi identificado como tendo tomado «parte ativa no movimento revolucionário comunista». Levado para a cadeia da Comarca de Valença, seria transferido, em 05-09-1936, para a Delegação da PVDE no Porto e, de seguida, para Caxias.
Nasceu em 28-08-1909, em Vila Nova de Foz Côa. Condutor da Companhia Carris do Porto e militante do PCP, foi detido pela Delegação do Porto da PVDE em 31-07-1936 e solto em 12-10-1936. Preso novamente pela mesma Delegação em 11-10-1937, quando era membro do Comité Regional do Porto do PCP, seria condenado, em 08-08-1938, a 6 anos de degredo e transferido, em 26-09-1938, para Caxias. Interpôs recurso e o TME, em sessão de 15-03-1939, alterou o tempo de degredo para três anos.
Nasceu em 19-02-1914, em Lisboa. Operário torneiro de metais, era militante do PCP e seria detido em 27-06-1934, quando participava numa reunião. Transferido, em 17-08-1934, para Peniche, aí permaneceu até 18-01-1935, quando deu entrada no Aljube. Julgado pelo TME no dia seguinte e condenado a seiscentos dias de prisão, regressou a Peniche, sendo solto em 22-02-1936, por «haver terminado a pena imposta pelo Tribunal».
Nasceu em 17-12-1901, em Portalegre. Gerente da Shell em Viseu, foi preso nesta cidade, em 21-01-1942, quando integrava a rede de espionagem anglo-portuguesa do «SOE» (Special Operations Executive, Seção H), mais conhecida por «Rede Shell», onde era o agente H.327. Levado para a sede da PVDE, onde deu entrada no dia seguinte, ficou «a aguardar destino». Entrou, nesse mesmo dia, no Aljube e, depois, foi sendo sucessivamente deslocado: Caxias (27-02-1942), Aljube (10-03-1942) e, de novo, Caxias (03- 07-1942).