Portugal

Nasceu em 20-01-1908, em Portalegre. Mecânico agrícola, com residência em Portalegre, foi preso pela PSP local, acusado de, em 12-06-1937, ter matado um irmão com uma pistola. Enviado, em 12-12-1938, pelo Comando da PSP de Portalegre à PVDE, recolheu à 1.ª esquadra à ordem do TME. Julgado no dia 14-12-1938 e condenado em 9 anos de degredo, seguiu, em 18-12-1938, para Peniche. Transferido, em 27-12-1938, para o Aljube, de forma a ser entregue, no dia seguinte, ao Delegado do Procurador da República da Comarca de Portalegre.
Nasceu em 24-08-1913, em Lisboa. Grumete de manobras, a prestar serviço a bordo do aviso de 1.ª classe «Bartolomeu Dias» desde 31-08-1936, era membro da ORA e tinha ligações ao PCP. Participou na «Revolta dos Marinheiros» e, em 08-09-1936, foi entregue pelas autoridades de Marinha à PVDE, acusado do crime de «insubordinação». Recolheu ao 3.º Posto da 14.ª Esquadra, «Mitra», seguiu, em 18-09-1936, para a Penitenciária de Lisboa e seria condenado, em 14-10-1936, a quatro anos de prisão, seguidos de oito de degredo ou, em alternativa, a dezasseis anos de degredo.
Nasceu em 23-04-1914, em Lisboa. Grumete artilheiro, militou na Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas, integrava, desde novembro de 1933, a ORA e participou, em 1934, no «Pleno da Organização Revolucionária da Armada». Preso a bordo da fragata D. Fernando e entregue pelo Comando Geral da Armada à PVDE em 17-05-1935, seguiu para uma esquadra e, em 30-05-1935, passou para a Cadeia do Aljube. Entraria, então, no circuito de transferências entre presídios: 1.ª esquadra (07-10-1935), Peniche (23-10-1935), 1.ª esquadra (09-12-1935), Peniche (26-12-1935) e Caxias (14-10-1936).
Comerciante em Cabo Verde, pertencia à Associação Comercial Barlavento da ilha de São Vicente e foi um dos que protestou contra a inépcia da administração colonial em assegurar o abastecimento do arquipélago, referindo a hipótese de recurso aos britânicos para garantir esses meios e obviar à fome que grassava.
Nasceu em 11-06-1921, no Porto. Aderiu ao PCP em 1943, ingressou, em 1945, na clandestinidade e integrou, entre 1957 e 1973, o Comité Central. Preso quatro vezes (20-10-1948, 11-04-1959, 14-11-1960, 07-05-1963), evadiu-se duas (03-01-1960 e 04-12-1961) e conheceu o Aljube, Caxias, Peniche e Tarrafal, totalizando dezasseis anos nesses cárceres. Quando tinha como profissão «proprietário», embarcou, em 15-09-1949, para o Tarrafal, onde foi o único preso a ter visitas durante a primeira fase de funcionamento do Campo.
Nasceu em 16-09-1893, em Elvas. Tenente, participou na «Revolução de Fevereiro de 1927» e estaria degredado na Madeira quando se iniciou a «Revolta das Ilhas» (1931), a que aderiu. Demitido do Exército, foi-lhe fixada residência na Ilha de S. Nicolau, em Cabo Verde: abrangido pela amnistia de 05-12-1932, regressou e apresentou-se em 17-01-1933. Entregue pela PSP de Setúbal à PVDE em 24-11-1933, acusado de manter ligações com deportados em Cabo Verde, saiu em liberdade em 12-05-1934. Detido em 16-04-1938 e levado para o Aljube, foi solto em 11-05-1938.
Nasceu em 28-12-1910, em Vila Real de Santo António. Trabalhador, participou nos preparativos locais da greve revolucionária de 18 de janeiro de 1934 e veio a ser acusado de ter transportado, em dezembro de 1933, malas com bombas a utilizar naquele dia. Preso e entregue pelo Comando da PSP de Faro à PVDE em 03-02-1934, foi levado para a 1.ª esquadra, em Lisboa. Condenado, em 16-04-1934, a 10 anos de degredo, ficando à disposição do Governo, seguiu, em 08-09-1934, para Angra do Heroísmo e, em 23-10-1936, embarcou no «Loanda» para o Tarrafal.
«O Samouco» Nasceu em 22-04-1898, em Lisboa. Marítimo e fragateiro, participou, durante a I República, em atentados e assaltos, refugiando-se, em fevereiro de 1926. em Luanda, passando depois por Bolama, na Guiné, e seguindo para a Cidade da Praia, em Cabo Verde, onde seria capturado e enviado para Lisboa. Passou pelos calabouços do Governo Civil, do Limoeiro e do Forte de Monsanto e, em 1927, foi deportado para a Guiné, acusado de pertencer à Legião Vermelha.
Nasceu em 30-11-1917, em Almada. Eletricista, foi preso pela PIDE, «para averiguações», em 29-03-1947, e enviado para o Forte de Caxias. Transferido, em 11-04-1947, para o Tarrafal, sem ter sido submetido a julgamento, provavelmente por estar associado à greve dos trabalhadores das construções e reparações navais dos estaleiros de Lisboa, dinamizada pelo PCP. Tal como os outros presos na mesma circunstância, ficou numa seção diferente daqueles que já se encontravam no Campo, vigiado por guardas da PIDE. Libertado em 30-09-1947, ficou a aguardar embarque.
Nasceu em 19-01-1901, em Famalicão. Ferroviário, a residir e a trabalhar no país vizinho, foi preso pelo Posto de Valença em 01-08-1936, «por tomar parte no movimento comunista em Espanha». Referenciado como sendo objeto de um «cadastro secreto», foi levado para o Comando Militar de Valença, seguiu, em 05-08-1936, para a Delegação do Porto da PVDE e, em 14-10-1936, passou para o Forte de Caxias, a fim de ser deportado, em 17-10-1936, para o Tarrafal. Regressou em 08-02-1940, saiu em liberdade e declarou ir residir para Telhada, Vila Nova de Famalicão.