Fase I
Comerciante em Cabo Verde, pertencia à Associação Comercial Barlavento da ilha de São Vicente e foi um dos que protestou contra a inépcia da administração colonial em assegurar o abastecimento do arquipélago, referindo a hipótese de recurso aos britânicos para garantir esses meios e obviar à fome que grassava. Na Carta-Relatório dirigida ao ministro das Colónias, Francisco José Caeiro, com data de 30-09-1942, por Henrique Galvão, inspetor superior colonial, encarregue de inquirir sobre a situação das fomes de 1942 no Arquipélago e o papel dos comerciantes locais, afirma-se textualmente que este era «um judeu alemão bastante misterioso que vive nas boas graças do Consulado de Inglaterra, faz propaganda contra o seu país e tem poderes para atirar para a lista negra comerciantes portugueses seus concorrentes». Enviado para o Tarrafal entre 10-09-1942 a 26-10-1942, embora ficando na parte de fora do Campo, seria sujeito a outras medidas de coação, como a de «residência fixa». Outros dois comerciantes que estavam nas mesmas circunstâncias (Salomão Benoliel e Sérgio Barbosa Mendes), não chegaram a ser enviados para o Campo.