Guiné-Bissau

Nasceu em Piche, em 1920 (?). De etnia Mandinga, é muçulmano, casado «segundo uso e costume muçulmano», tem a 1ª classe, e é motorista particular. Aderiu ao P.A.I. em janeiro de 1962. Preso pela PIDE em Bafatá, a 17 de junho seguinte. Ingressou no Tarrafal a 4 de setembro de 1962. Mantém sempre «bom comportamento prisional», mas em 1964 e 1965 os responsáveis do campo, Helder Santos e José da Silva Vigário consideram-no «um tanto insusceptível de recuperação» e em 1966 o segundo considere que «é duvidosa a sua reabilitação».
Nasceu em Có, em 1935 (?). De etnia Mancanha, ateu, analfabeto, solteiro, lavrador. Filiou-se no P.A.I. em 20 de março de 1962, é preso pouco depois, a 25 de julho, pelos Serviços Militares, em Bula. Levado primeiro para João Landim, é enviado em setembro para o Tarrafal. Descrevem-no sempre como tendo «bom comportamento prisional», mas em 1964 e 1965, Helder Santos e José da Silva Vigário declaram-no «elemento perigoso e irrecuperável».
Nasceu em Bula, a 28 de abril de 1922. De etnia Mancanha, católico, com a 1ª classe, casado «segundo os usos e costumes», agricultor. Filiado no P.A.I. em 15 de maio de 1962, foi preso pelos Serviços Militares em Bula, em 26 de julho. Levado para o Comando Militar de Bula, depois para a Ilha das Galinhas, ingressou no Tarrafal em 4 de setembro de 1962. Descrito sempre como tendo «bom comportamento prisional». Em 1964 e 1965 é dado como «plenamente irrecuperável». Em finais de 1966, o então director, José da Silva Vigário, diz que Paulo Lopes se afirma «arrependido».
Nasceu em Bubaque, a 5 de outubro de 1929. Católico, sabe ler e escrever, solteiro e ajudante de motorista. Preso a 29 de julho de 1962 pela tropa destacada em Susana, por ligação ao P.A.I., em que se teria filiado dois dias antes Levado primeiro para o quartel de Bula, segue para o Tarrafal em setembro. Em 1964 e 1965 é descrito como «completamente irrecuperável». Em 1968, o director Eduardo Vieira Fontes descreve-o com tendo «bom comportamento prisional», «muito submisso, tem trabalhado com assiduidade nas obras do Campo, onde faz de tudo um pouco, sendo um bom canalizador».
Nasceu em Mansoa, em 1920. De etnia Balanta, ateu, analfabeto, casado «segundo os usos e costumes», lavrador. Suspeito de adesão ao P.A.I, foi preso pela tropa do posto de Bambadinca, em julho de 1962, e levado para Bafatá. Um mês depois foi enviado para o Tarrafal. Em 1968 é dito ter «bom comportamento prisional» e «julga-se reabilitado». Voltou à Guiné em 1968.
Nasceu em Sambassilate, em 1927 (?). De etnia Balanta, ateu, analfabeto, casado «segundo os usos e costumes», lavrador. Filiado no P.A.I. em junho de 1962, foi preso pelos Serviços Militares em Can-Códie em 25 de agosto seguinte e entra no Tarrafal a 4 de setembro. Apesar do seu «bom comportamento prisional», é considerado «elemento perigoso e absolutamente irrecuperável» em 1964 e 65. Em 1966, o então director, José da Silva Vigário, escreve: «Admito que tenha alterado as suas convicções de modo a poder ser recuperado fora do seu meio».
«Simão Nerú» Nasceu em Calacunda, a 7 de março de 1936.De etnia Papel, ateu, com a 3ª classe, pedreiro, solteiro, pai de dois filhos. Detido pelos Serviços Militares, a pedido da PIDE, em 28 de junho de 1962, em Tite.
Nasceu em Farim. Etnia «Mandinga», muçulmano, analfabeto, casado «segundo os usos e costumes», pai de dois filhos, lavrador. Filiou-seno P.A.I. em 21 de fevereiro de 1961. Preso em Mores em abril de 1962, a pedido da PIDE, pelos Serviços Militares de Mansoa. Acusado de implicação em actos subversivos, foi levado para Maussabá, depois para Mansoa, Bula, Bissau.
Nasceu em Bula em 1943. Professor da missão católica, aderiu ao PAIGC em março de 1961. A 28 de junho de 1962 foi preso por militares do Batalhão de Caçadores 237. Depois de um mês preso em Tite, seguiu para a Ilha das Galinhas, por mais um mês. Em setembro integrou um grupo de cem presos transferidos para o Tarrafal, no navio África Ocidental. Ali trabalhou como servente na reparação das casernas e residências dos guardas e fez parte de um grupo musical: «Comussa – Conjunto Musical do Sentimento Africano». Entrou no Tarrafal a 4 de setembro de 1962.
«Mouro» Nasceu em Bissau, a 11 de maio de 1939. De etnia Sosso, maometano, com o 1º grau de instrução, solteiro, empregado comercial. Aderiu ao P.A.I. em setembro de 1961.