Guiné-Bissau

Nasceu em Biombo, em 1922. De etnia Papel, católico, solteiro, analfabeto, guarda-fios de 3ª classe dos CTT. Preso em Empada pelos Serviços Militares a 28 de junho de 1962 por «suspeitas de ter tomado parte na morte de um motorista europeu, em cuja camioneta seguia com os também detidos Ahna Jam e Luís António Silva».
Nasceu a 18 de abril de 1937, em Susana (São Domingos). Alfaiate, foi preso em  julho de 1962, com um colega, quando se encontravam numa festa de batismo e levados para o quartel, onde o interrogaram sobre os seus contactos com os «terroristas», que negou. Chicoteado até cair, depois amarrado de mãos e pés, ficou numa cela três dias sem comer, «davam-nos apenas água para beber». Foram depois levados para a cadeia de São Domingos e depois de uma semana para Bula, onde passaram mais um mês na cadeia.
«Corca Djaló» Nasceu em 1927 em Farim. Primeiro-cabo da Polícia de Segurança Pública, detido no seu posto a 14 de março de 1962, foi submetido a interrogatório e tortura na própria Esquadra. Encarcerado depois na cadeia da PIDE em Bissau, sofreu várias sessões de tortura. A 3 de agosto mudou para o quartel de Mansoa, com espancamentos diários. A 1 de setembro, com 13 companheiros, foi levado para João Landim. Juntaram-se-lhes 86 presos da cadeia da PIDE em Bissau.
Nasceu em Bafatá, em 1923 (?). De etnia Fula, maometano, analfabeto, casado «segundo o uso e costume», pai de uma filha, , cozinheiro. Membro do PAIGC, foi preso por um destacamento militar em Barro, a 7 de fevereiro de 1962. Deu entrada no Tarrafal a 4 de setembro desse ano. Embora em 1964 e 1965 responsáveis do Campo o descrevessem como «elemento perigoso e plenamente irrecuperável», em 1968, o director Vieira Fontes refere que o preso tem «bom comportamento prisional» e está «diminuído o seu grau de perigosidade». Voltou à Guiné em 1969.
Nasceu em Indjassane, em 1936. De etnia Biafada, muçulmano, «casado segundo os usos e costumes», pai de duas filhas, analfabeto, lavrador. Aderiu ao P.A.I.. Preso pela PIDE em 3 de fevereiro de 1962, passou 5 meses na cadeia daquela polícia em Bissau, outro mês na prisão de Mansoa, e em setembro foi enviado para o Tarrafal. É-lhe atribuído «bom comportamento prisional» e é considerado «reabilitado». Regressa à Guiné em 1969.