Portugal

Nasceu em 12-02-1901, em Lisboa. Provavelmente, tratar-se-á de Manuel Francisco Rodrigues, «O ação direta», preso durante a I República. Partidário das ideias libertárias e cristãs, viajou pela Europa e, em 1936, estava em Espanha, onde colaborava com os anarquistas e a FAP. Lutou do lado republicano, perdeu a visão do olho esquerdo e, perante o avanço dos nacionalistas, refugiou-se em França, ficando internado nos campos de concentração de Argelès-Sur-Mer, Saint-Cyprien e Gurs.

Nasceu em 28-04-1898, em Elvas. Guarda da PSP, foi por esta polícia entregue à PVDE em 20-11-1937. Levado para a 1.ª esquadra, incomunicável, iniciou o habitual percurso pelos cárceres políticos: Aljube (27-11-1937), Caxias (15-06-1938), Peniche (13-08-1938) e, novamente, Aljube (22-10-1938). Condenado, em 22-10-1938, a 6 anos de desterro, com dois anos de prisão nesse local, regressou, nesse mesmo dia, a Peniche. Interpôs recurso mas, como habitualmente, o TME, de 04-03-1939, confirmou a sentença e, em 31-03-1939, reingressou no Aljube.
Nasceu em 06-11-1912, em Orvalho, Oleiros. Empregado de comércio, deu entrada no Forte de Caxias em 22-12-1939, por ter sido expulso de Espanha, onde terá feito parte das Brigadas Internacionais. Por despacho do Diretor da PVDE, de 10-05-1940, foi determinado que deveria aguardar no Tarrafal «a oportunidade para ser restituído à liberdade». Embarcou em 21-06-1940 e seria libertado do Campo em 30-12-1945, por estar abrangido pela amnistia de 18-10-1945. Em determinados momentos, integrou o grupo dos «rachados», embora punido com dias de internamento na «frigideira».
Nasceu em 09-09-1909, no Barreiro. Serralheiro nas Oficinas Gerais dos Caminhos de Ferro do Sul e Sueste, era anarcossindicalista e estudioso do esperanto. Em vias de ser detido, refugiou-se, em 07-06-1936, em Espanha, sendo preso em Badajoz por entrada ilegal. Instalou-se em Madrid, foi secretário da delegação da CGT portuguesa e, com a Guerra, aderiu ao batalhão de milícias da CNT/FAI, integrando a Brigada Internacional n.º 35. Ferido na frente de Guadarrama-Somosierra, cooperou na aviação republicana enquanto sargento mecânico.
Nasceu em S. Bartolomeu, Coimbra. Comerciante de cereais e legumes, foi preso quando teria 32 anos, por guardar material explosivo «destinado à revolução de 18 de janeiro». Deu entrada no Aljube em 12-01-1934 e passou por diversos cárceres: Peniche (20-03-1935), 1.ª esquadra (28-06-1935) e, de novo, a Cadeia do Aljube (06-07-1935). Condenado, em 06-07-1935, a 10 anos de degredo, ficando à disposição do Governo, recorreu e, em 13-07-1935, foi-lhe reduzida a pena para 5 anos de deportação.
«O Juvenal» Nasceu em Setúbal, c. 1895/1896. Soldador, ter-se-á filiado no PCP em 1927 e, aquando da Greve revolucionária de 18 de janeiro de 1934, integrou o Comité Revolucionário de Setúbal. Julgado, à revelia, pelo TME, seria capturado em 08-02-1935, referenciado como «extremista». Levado para uma esquadra, entrou no ciclo de transferências entre cárceres: 1.ª esquadra, Aljube (20-03-1935), Peniche (05-04-1935) e Aljube (03-03-1936). Julgado pelo TME em 04-03-1936, viu a pena de três anos de desterro agravada para cinco.
Nasceu em 01-11-1909, em Aguiar da Beira. Trabalhador, foi entregue pela PSP de Lisboa à PIDE em 09-04-1947, «para averiguações», e enviado para o Forte de Caxias. Embarcou, em 11-04-1947, para o Tarrafal, sem ter sido submetido a julgamento. Terá participado na greve dos trabalhadores das construções e reparações navais dos estaleiros de Lisboa, preparada pelo PCP. Vigiado por guardas da PIDE, permaneceu, tal como os outros deportados na mesma circunstância, numa instalação diferente daqueles que já se encontravam no Campo.
Nasceu em 07-07-1906, na Vila do Topo, Calheta de S. Jorge, Açores. Serralheiro, com residência em Lisboa, foi preso em 18-04-1941 e transferido para a Delegação do Porto da PVDE, «para averiguações», por «suspeita de engajamento». Enviado, em 25-05-1941, para Lisboa, deu entrada numa esquadra, incomunicável, passou, em 28-05-1941, para a 1.ª esquadra e, em 17-06-1941, embarcou para o Tarrafal, sem ter sido julgado e onde foi punido com dias de internamento na «frigideira».
Nasceu em 23-04-1910, em Lousada, Famalicão. Serrador, a residir e a trabalhar em Espanha, foi preso no posto fronteiriço do Peso-Melgaço em 07-09-1936, entregue pelas autoridades espanholas que o detiveram e o expulsaram sob a acusação de, «ao lado dos comunistas, ter tomado parte ativa nos recentes acontecimentos revolucionários do País vizinho», estar indocumentado e ser filiado no Partido Socialista Espanhol. As autoridades portuguesas detetaram, ainda, ser «refratário às leis militares».
Nasceu em 18-02-1908, em Lisboa. Militante do PCP, foi preso em 08-11-1932, quando estudante do 5.º ano de Medicina. Efetuou o exame final do curso na esquadra e foi solto em 24-11-1932. Partiu, em outubro de 1936, para Espanha, com o «aval» do PCP, a fim de auxiliar a causa republicana. Tornou-se médico nas Brigadas Internacionais, integrando a 86.ª, ficou gravemente ferido em 1937 e, com a vitória dos nacionalistas, refugiou-se em França, onde ficou detido num campo de internamento.