Portugal

Nasceu em 16-06-1913, em Grijó, Vila Nova de Gaia. Estudante, vivia em Ferrol, Galiza, e foi entregue no posto fronteiriço de Valença à Guarda Fiscal e à PVDE em 28-08-1936. Recolheu à cadeia da Comarca de Valença e, em 05-09-1936, passou para a Delegação da PVDE do Porto e, de seguida, para Caxias. Foi transferido em 17-10-1936, com o pai e o irmão, para o Tarrafal, sem julgamento ou processo, onde não integrou nenhum dos grupos políticos, embora mais inclinado para os anarquistas.
Nasceu em 06-03-1909, em Ílhavo. Marinheiro, alistou-se na Armada em 1927 e era um dos dirigentes da ORA. Preso pela PVDE em 23-05-1935, deu entrada numa esquadra, seria levado para o Aljube (01-06-1935) e entrou no ciclo de transferência entre cárceres: 1.ª esquadra (07-10-1935), Peniche (23-10-1935), 1.ª esquadra (09-12-1935), Aljube (28-12-1935), Peniche (18-03-1936) e Caxias (14-10-1936).
Nasceu em 13-08-1896, em Murça, Vila Real, emigrando para o Brasil aos 13 anos. Expulso daquele país em abril de 1931, por militar no Partido Comunista Brasileiro. Evadiu-se quando o barco aportou a Lisboa, refugiou-se na sua terra e tornou-se militante do PCP. Preso em 13-07-1934, no Porto, incriminado por pertencer ao SVI. Condenado, em 06-04-1935, a 12 meses de detenção, seguiu, em 20-04-1935, do Aljube do Porto para Peniche. Acusado de «insubordinação», embarcou, em 08-06-1935, para Angra do Heroísmo e, em 23-10-1936, seguiu para o Tarrafal, onde era elemento preponderante na OCP.

Nasceu em 01-02-1908, em Santarém. Militante do PCP e do SVI desde o início dos anos 30, foi detido, pela primeira vez, em dezembro de 1931. Destacou-se no SVI, contactando os presos, auxiliando as famílias e denunciando as prisões, violências e torturas. Escolhido para representar a Seção Portuguesa no I Congresso Mundial do SVI, realizado em setembro de 1932, em Moscovo, aí permaneceu vários meses e só reentrou em Portugal em 18 de janeiro de 1934.

«O Miguel Sapateiro» Nasceu em 21-01-1900, na ilha de S. Nicolau, Cabo Verde. Sapateiro, a residir no Tarrafal da ilha de Santiago, foi preso em 31-08-1941 e encarcerado no Campo de Concentração do Tarrafal por se corresponder clandestinamente, por intermédio da sua filha menor, com o preso José Francisco dos Santos Malarranha. Para além de submetido a interrogatórios, foi punido com dias de internamento na «frigideira» Libertado em 19-01-1942.
Nasceu em 28-09-1916, em Borba. Trabalhador, foi preso na fronteira da Beirã em 26-09-1940 e transferido, no dia seguinte, para a sede da PVDE. Recolheu à 1.ª esquadra, dando início a sucessivas transferências entre cárceres: Aljube (21-12-1940), Caxias (06-02-1941), 1.ª esquadra (06-03-1941) e, de novo, Caxias (13-03-1941). Embarcou, em 17-06-1941, para o Tarrafal. Por ter sido abrangido pela amnistia de 18-10-1945, regressou em 01-02-1946, no vapor «Guiné», e saiu em liberdade.
Nasceu em 04-11-1906, em Odivelas. Identificado como trabalhador, com residência no Senhor Roubado, foi levado pelo Comando da PSP de Lisboa à PVDE em 10-12-1937, «para averiguações», recolhendo à 1.ª esquadra. Com «largo cadastro no Arquivo Geral do Registo Criminal e Policial de Lisboa», seria libertado em 13-12-1937, «por não interessar a esta Polícia». Entregue, em 20-06-1941, pelo Juízo de Direito da Comarca de Castelo Branco à PVDE por ter uma arma de fogo proibida. Levado para o Aljube, ficando à ordem do TME, seguiu para o Forte de Caxias em 24-06-1941.

Nasceu em 31-05-1896, em Lisboa. Empregado de escritório. Destacado dirigente anarcossindicalista e da CGT, participou, após o golpe militar de 1926, na reorganização do Conselho Confederal da CGT, sendo eleito responsável do novo secretariado e redator-principal de «A Batalha». Preso em outubro de 1927, seria deportado para Angola no mês seguinte, ficando em Vila Nova de Seles (atual Uku-Seles). Passou, em setembro de 1930, para os Açores e, em 06-04-1931, para a Madeira, participando na «Revolta das Ilhas».

Nasceu em 14-11-1910, em Lisboa. Quando estudante, foi preso em 20-11-1932 e libertado em 28-11-1932. Eletricista, próximo do PCP, partiu para Espanha, onde chegou em novembro de 1936, a fim de ajudar a causa republicana. Alistou-se nas Brigadas Internacionais e integrou o restrito grupo de portugueses que recebeu formação na Escola de Artilharia N.º 2, em Lorca, Valência, reservada à formação de oficiais espanhóis. Comandou, em março de 1938, uma bateria da unidade de artilharia de Almansa e, em 30-10-1938, reconhecida a sua ação em combate, foi promovido a capitão.
Nasceu em 10-04-1909, em S. Luís do Maranhão, Brasil. Ativista sindical, aderiu, em 1932, ao PCP, integrando, em 1934, a Comissão Executiva da CIS e, em 1936, o Secretariado comunista. Preso em 23-09-1936 e levado para o Aljube, foi mantido incomunicável durante 23 dias. Em 17-10-1936, seguiu, sem julgamento, para o Tarrafal. Abrangido pela amnistia de 18-10-1945, regressou em 01-02-1946 e mergulhou na clandestinidade, sendo eleito membro do Comité Central. Preso em 07-02-1950, permaneceu encarcerado três anos na mais insalubre cela do Aljube, sem recreio e visitas.