Angola

Nasceu em Zola de Baixo, Belize (Cabinda) c. 1914. Trabalhador rural, tinha cerca de cinquenta anos quando decidiu, em 1964, fugir para o Congo-Kinshasa com a família. Cooptado pela União da Populações de Angola (UPA), participou em incursões e emboscadas à tropa portuguesa em Cabinda, deu informações e serviu de pisteiro e guia. Acusado de «crime contra a segurança do Estado», foi julgado em Luanda no 2º Tribunal Militar Territorial de Angola e condenado (Acórdão de 20-04-1967) a 3 anos e 8 meses prisão maior, 3 meses e 15 dias de multa e medidas de segurança com internamento de 1 a 3 anos.
Nasceu no Golungo Alto (Kwanza-Norte) a 14-10-1939. Ali fez a escola primária na Missão Evangélica, frequentando o ensino secundário já em Luanda. Empregado de escritório, fazia parte do Movimento para a Independência Nacional de Angola (MINA) que reunia sobreviventes da vaga de prisões de 1959 e que em 1960 se integrou no MPLA sob a liderança de Agostinho Neto, sendo todos presos pela PIDE em meados desse ano. Antes, Pacavira fora enviado por Neto ao Congo-Brazzaville para contacto com os líderes do MPLA exilados em Conacry.
«Capicua» Nasceu em Luanda a 30-09-1931. Electricista, morador no Bairro Indígena, ligou-se ao efémero Partido Comunista de Angola (1955) e, extinto este, seguiu em 1956 Ilídio Machado na formação do «Partido da Luta Unida dos Africanos de Angola» (PLUAA). Dirigente do clube desportivo e recreativo «Botafogo», camuflagem para consciencialização política, em 1958 juntou-se ao «Movimento de Libertação Nacional» (de Veloso, Calazans Duarte e outros com ligações ao Partido Comunista Português).
Nasceu em Camicundua (Bié) a 28-12-1929. Pedreiro de profissão, foi preso pela PIDE em julho de 1969 (Processo-crime nº 161/69) por pertencer à rede clandestina que, a partir das cidades, vilas e aldeias, dava informações e apoio logístico à luta armada da União Nacional para a Independência Total de Angola, nomeadamente enviando roupa, medicamentos, dinheiro, alimentação, ferramentas e até munições. Segundo a PIDE, era um «poderoso comité político-subversivo terrorista do movimento clandestino UNITA», baseado na cidade do Luso (Luena) e liderado por Eduardo Jonatão Chingunji.
Nasceu em Ndalatando a 01-08-1931. Enfermeiro em Luanda, trabalhara também numa fazenda nos Dembos. Levado em 1958 por Agostinho Mendes de Carvalho para o clube recreativo (e político) «Espalha Brasa», foi preso pela PIDE a 20 de outubro de 1959 e incluído num dos três processos judiciais conhecidos como «Processo dos 50», acusado de pertencer ao «Grupo ELA», activo na clandestinidade desde o início dos anos 50 e ao qual o «Espalha Brasa» se associara.
Nasceu em Malanje a 09-06-1932. Tipógrafo, foi preso pela PIDE a 20 de outubro de 1959, num dos processos judiciais vulgarmente conhecidos como «Processo dos 50», acusado de pertencer ao «ELA» (grupo activo na clandestinidade desde o início dos anos 50, com ligações a outros nacionalistas em Angola e no exterior). Terá sido através de Agostinho Mendes de Carvalho e do clube desportivo e recreativo «Espalha Brasa» que se associou aos «mais-velhos» do ELA.
Nasceu em Vila Nova (Huambo) a 05-03-1938. Motorista da Junta Autónoma de Estradas, foi preso pela PIDE em julho de 1969 (Processo-crime nº 161/69), um pouco depois dos seus camaradas porque trabalhava fora da cidade. Pertencia à rede clandestina que, a partir das cidades, vilas e aldeias, dava informações e apoio logístico à luta armada da União Nacional para a Independência Total de Angola no leste do país (roupa, medicamentos, dinheiro, alimentação, ferramentas e munições).
«Sachikwenda» Nasceu em Chipeta (Bié) a 28-09-1940. Após a escola primária na Missão Congregacional da Chissamba, foi para o Luso/Luena, para estudar e ter uma profissão. Carpinteiro, continuou os estudos e em 1964, já no ensino secundário, empregou-se nos Serviços de Fazenda e Contabilidade. Foi preso pela PIDE em julho de 1969 (Processo-crime nº 161/69) por pertencer à rede clandestina de apoio à luta armada da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), enviando-lhe roupa, medicamentos, dinheiro, alimentação etc.
Nasceu em Calulo (Kwanza-Sul) a 16-01-1948. Estudante de Medicina, co-fundador e co-responsável (com o seu irmão Vicente e Juca Valentim) do «Comité Regional de Luanda» (CRL), grupo clandestino do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) subdividido em várias células, sobretudo de estudantes mas incluindo também trabalhadores.

«Luandino Vieira» Nascido em Portugal a 04-05-1935, viveu em Luanda desde a infância, na fronteira entre «o asfalto» e «o musseque», experiência que marcaria profundamente a sua escrita e o seu posicionamento anticolonial. Empregado comercial e escritor, colaborou na «Sociedade Cultural de Angola» (SCA) de que a PIDE prendeu vários dirigentes em 1959. Detido e acusado de «distribuir panfletos», foi depois solto.