Portugal

«O Bastardo» Nasceu em 07-03-1905, em Benavente. Trabalhador, foi preso em 21-12-1936, por «deter material explosivo», recolhendo, incomunicável, a uma esquadra. Passou, entre 04-01-1937 e 01-06-37, pelo Aljube e Peniche, seguindo para o Tarrafal em 05-06-1937, sem julgamento ou condenação e onde adoeceu, por mais de uma vez, com a biliosa. Regressou em 15-07-1940, entrou em Caxias e, em 30-07-1940, foi condenado a 12 anos de degredo, ficando à disposição do Governo. Regressou ao Tarrafal pouco depois, em 14-09-1940, continuando associado ao grupo dos libertários.
Nasceu em 04-09-1893, em Faro. Sargento-ajudante reformado, com residência em Lisboa, foi julgado pelo TME em 09-02-1938, acusado de ter sido detentor, entre agosto de 1933 e 22-11-1937, de uma pistola e respetivas munições recebidas quando trabalhava na PVDE. Como não as tivesse entregado quando desligado do serviço, seria condenado a dois meses de prisão, pena considerada expiada com a já sofrida.
«Filhito» Comerciante em Cabo Verde, Presidente da Associação Comercial de S. Vicente, protestou contra a inépcia da administração colonial portuguesa em assegurar o abastecimento do arquipélago face à fome reinante, referindo a hipótese de recurso aos britânicos para garantir esses meios.
«O Chaluga» Nasceu em 31-01-1901, em São Paio de Jolda, Arcos de Valdevez. Referenciado como lavrador, foi entregue pela Polícia Marítima à PVDE em 19-01-1936, por ter sido «expulso da América do Norte por indocumentado». Levado para a 1.ª esquadra, saiu em liberdade em 29-01-1936. Encaminhado, em 17-08-1941, da Comarca de Arcos de Valdevez para a Delegação do Porto da PVDE, ficou à ordem do TME. Condenado, em 26-08-1941, a 4 anos de degredo, passou, em 31-08-1941, para Caxias e, em 04-09-1941, seguiu para o Tarrafal.
Nasceu em 01-12-1895, em Lisboa. Torneiro-serralheiro, com residência na vila do Tarrafal, em Cabo Verde, foi entregue, em 22-09-1937, pelo Governo da Colónia de Cabo Verde à Administração do Campo do Tarrafal, onde deu entrada, «por manter ligações com os deportados políticos», sem ter sido julgado. Transferido, em 23-10-1937, para Lisboa e levado para a 1.ª esquadra, entrou, em 06-11-1937, no Aljube, sendo libertado em 30-11-1937. Transferido, em 26-12-1939, da Polícia Marítima para a PVDE, «por emigração ilegal». Encaminhado para o Aljube, seria libertado em 20-01-1940.
Nasceu em 22-07-1901, em Vila do Bispo. Fiel dos Caminhos-de-Ferro Portugueses e Secretário do Sindicato dos Ferroviários, participou nos preparativos da greve revolucionária de 18 de janeiro de 1934, ficando encarregue de mobilizar ferroviários das linhas do Oeste e da Beira Baixa. Talvez por ter tentado a participação dos fatores das estações de Caldas da Rainha e de Leiria, que não aderiram, foi preso em 15-01-1934, três dias antes da eclosão daquele movimento.
Nasceu em 1905, em Ervedal da Beira, Oliveira do Hospital. Carpinteiro, foi em 25-08-1932, por pertencer à Aliança Libertária de Lisboa. Libertado em 13-10-1932, voltaria a ser preso em 22-03-1933, acusado de ligações anarquistas. Julgado pelo TME em 19-04-1933, embarcou de Peniche para Angra do Heroísmo em 19-11-1933. Regressou em 09-11-1934, sendo libertado no dia seguinte e novamente preso em 04-11-1936. Mantido, incomunicável, numa esquadra, entrou no circuito de transferências entre cárceres, nomeadamente entre a 1.ª esquadra e o Aljube (19-12-1936).
Nasceu em 17-01-1909, em Lisboa. Participou, enquanto civil, na revolução de 07 de fevereiro de 1927. Assentou praça na Armada, como voluntário, em 31-05-1927, prestou serviço em Angola e, em 1936, era 1.º Artilheiro no navio «Bartolomeu Dias». Participou na «Revolta dos Marinheiros» organizada pela ORA em 08-09-1936, e foi entregue, no dia seguinte, à PVDE pelos Serviços Centrais da Marinha. Recolheu à 1.ª esquadra, seguiu, em 29-09-1936, para a Penitenciária de Lisboa e seria condenado, em 13-10-1936, a quatro anos de prisão maior, seguidos de oito de degredo.
Nasceu em 21-02-1908, em Lisboa. Pintor, era militante do PCP e desenvolveu intensa atividade política em meados da década de 1930: controlou células, organizou outras e esteve associado à instalação e funcionamento de tipografias clandestinas. A militância comunista, sob os pseudónimos de «Russo» e «Vítor», foi detetada pela PVDE em dezembro de 1935, sendo preso pela PSP em 11-04-1937. Transferido, em 15-05-1937, para a Cadeia do Aljube, embarcou, em 05-06-1937, sem julgamento, para Cabo Verde. Regressou do Tarrafal em 01-10-1944 e entrou no Forte de Caxias.
Nasceu em 09-07-1903, em Pardilhó, Estarreja. Carpinteiro, foi preso pela PIDE em 27-03-1947, «para averiguações». Enviado para o Forte de Caxias, seguiu, em 11-04-1947, para o Tarrafal, sem julgamento, provavelmente por estar associado à greve dos trabalhadores das construções e reparações navais dos estaleiros de Lisboa, dinamizada pelo PCP. Tal como os outros presos na mesma circunstância, ficou numa seção diferente daqueles que já se encontravam no Campo, vigiado por guardas da PIDE.