Portugal

Nasceu em 01-11-1914, em Angola. Desenhador em Lisboa, foi preso pela PVDE em 05-06-1939, à ordem do Tribunal Militar Especial, e recolheu à 1.ª esquadra. Nos sete meses seguintes, entrou e reentrou várias vezes no Forte de Caxias (21-06-1939, 04-11-39, 24-11-1939) e no Aljube (20-10-1939, 09-11-1939, 16-01-1940), num constante desassossego físico e psicológico. Condenado, em 17-01-1940, a 2 anos e 6 meses de degredo, embora se desconheça a acusação. seguiu, em 18-01-1940, do Aljube para Caxias e, em 23-02-1940, embarcou para o Tarrafal. Regressou em 20-02-1945 e saiu em liberdade.
Nasceu em 17-01-1916, em Mondariz, Pontevedra, Espanha. Pintor-caiador, com nacionalidade portuguesa, mas a residir e a trabalhar na Galiza, foi preso em 04-08-1936, na fronteira de Valença, entregue pelas autoridades espanholas sob a acusação de «extremista», «manter ligações com elementos comunistas espanhóis» e «andar armado aquando dos recentes acontecimentos no País vizinho». Levado para a cadeia da Comarca de Valença, seria enviado, no dia seguinte, para a Delegação do Porto da PVDE, onde foi fotografado.
Nasceu em 22-12-1912, em Leiria. Estudante, foi um dos principais anarquistas envolvidos na greve revolucionária de 18 de janeiro de 1934 no distrito de Leiria, sendo o responsável pelo corte de linhas telefónicas e telegráficas que impedissem as comunicações daquela cidade com Lisboa e Porto: a intervenção concretizou-se próximo do sítio conhecido por Cova das Faias e foram serrados três postes (dois telegráficos e um telefónico). Preso, o auto de declarações data de 25-01-1934 e, em 01-02-1934, seria entregue pela PSP de Leiria à PVDE, recolhendo à Casa de Reclusão da Trafaria.
Nasceu em 29-10-1903, em S. Julião do Tojal. Marinheiro fogueiro, militante do PCP desde 1935, participou na «Revolta dos Marinheiros» organizada pela ORA em 08-09-1936. Foi um dos dois marinheiros que conseguiu escapar, vindo a entregar-se, dias depois, na Escola de Marinheiros. Enviado pelo Comando Geral da Armada à PVDE em 12-09-1936, acusado do crime de «insubordinação», recolheu à 1.ª esquadra e, em 18-09-1936, seguiu para a Cadeia Penitenciária de Lisboa.
«O Gato Negro» Nasceu em 20-02-1908, Alvoco das Várzeas, Oliveira do Hospital. Relojoeiro, foi preso nesta localidade, dando entrada na Delegação da PVDE do Porto em 25-01-1941. Foi presente ao TME em 13-08-1941, desconhecendo-se a acusação, e seria condenado a 13 anos de degredo e transferido, em 31-08-1941, para o Forte de Caxias. Embarcou, em 04-09-1941, para o Tarrafal. Interpôs recurso, mas o TME, em sessão de 25-11-1941, confirmou a pena. Libertado em 03-11-1945, ficou, a seu pedido, a residir em Cabo Verde.
«António Lindinho» Nasceu em 25-12-1906, em Carregosa, Vagos. Descarregador no Porto de Lisboa, foi detido em 26-08-1931, «por suspeita de ter tomado parte no movimento revolucionário deste dia» e libertado por «falta de provas». Preso e entregue, em 19-01-1932, pela PSP de Lisboa, «por suspeita de estar implicado numa tentativa de homicídio», ocorrida em dezembro de 1930, em Alferrarede. Enviado ao Juiz da Comarca de Abrantes, entrou, em 17-07-1932, na Seção de Vigilância Política e Social da Polícia Internacional e seria libertado em 08-12-1932, por ter sido amnistiado.
Nasceu em 07-03-1904, em Lisboa. Empregado bancário, foi preso em 17-04-1941, «para averiguações», levado para o Aljube e transferido, em 17-06-1941, para o Tarrafal, sem ter sido julgado. Teria sido enviado para Cabo Verde por espionagem a favor de Inglaterra, não merecendo consideração por parte de presos comunistas devido à forma como os tratava e ser «legionário». Por sua vez, Acácio Tomás de Aquino classifica-o como «fascista», pronto a prestar informações aos carcereiros e à direção do Campo. Transferido, em 15-05-1944, para Aljube, saiu, em liberdade condicional, em 27-05-1944.
Nasceu em 21-07-1895, em S. Pedro de France, Viseu. Capitão de artilharia e piloto-aviador, combateu na 1.ª Guerra Mundial e radicou-se em Viseu. Republicano antifascista, manifestou ao embaixador de Inglaterra, através de missiva intercetada, o apoio dos republicanos de Viseu à causa dos Aliados. Preso em 11-01-1942 e enviado para o Aljube, seguiu, em 19-01-1942, para a Casa de Reclusão da Trafaria, quando integrava a rede de espionagem anglo-portuguesa do «SOE», mais conhecida por «Rede Shell» (com o pseudónimo «Agente H.327a»).
Nasceu em 09-09-1904, em Carregal do Sal. Serralheiro, participou na greve revolucionária de 18 de janeiro de 1934, na Marinha Grande, sendo preso e entregue pela PSP de Leiria à PVDE em 17-02-1934. Recolheu à 1.ª esquadra e foi condenado, em 14-04-1934, a 5 anos de desterro, embarcando, em 08-09-1934, para Angra do Heroísmo. Transferido, em 23-10-1936, para o Tarrafal, onde adoeceu, por mais de uma vez, com a biliosa e tentou o suicídio por, em abril de 1939, ter denunciado um documento a ser publicado no exterior, da autoria de Mário Castelhano e Luís da Costa Figueiredo.
Nasceu em 27-03-1909, na Guarda. Serralheiro mecânico em Lisboa, foi detido em 01-12-1932 na fronteira de Elvas, quando regressava de Badajoz, «por suspeita de ter entendimentos com emigrados políticos em Madrid». Entregue pela Secção Internacional à Secção Político-Social em 04-12-1932, como não se tivesse provado que «aquelas cartas tratavam de assuntos revolucionários», saiu em liberdade em 08-12-1932, abrangido pela amnistia decretada três dias antes. Detido em 01-06-1937, quando marítimo, foi entregue pela PSP, acusado de dar a guardar, num estabelecimento, exemplares do «Avante!».