Portugal

Nasceu em 02-05-1905, em Belmonte. Soldador, foi preso pela PIDE em 04-04-1947, «para averiguações», e enviado para Caxias. Embarcou, em 11-04-1947, para o Tarrafal, sem ter sido julgado, tendo, muito provavelmente, participado na greve dos trabalhadores das construções e reparações navais dos estaleiros de Lisboa, dinamizada pelo PCP. Tal como os outros presos na mesma circunstância, ficou em instalações diferentes dos que já se encontravam no Campo, vigiado por guardas da PIDE.
Natural de Berlim. Marinheiro, com 33 anos, foi preso pela PVDE em 28-09-1939, por estar indocumentado. Recolheu à 1.ª esquadra e, em 24-11-1939, passou para Caxias. Por ter «desertado do vapor «Las Palmas», de que era tripulante, encontrando-se indocumentado, tendo-se recusado a abandonar Portugal e embarcar para a sua Pátria» e ser «considerado um indivíduo suspeito e indesejável, tendo tido um péssimo comportamento no D. P. de Caxias», o ministro do Interior, Mário Pais de Sousa, por despacho de 02-05-1940, determinou «a sua transferência para a Colónia Penal de Cabo Verde».
Nasceu em 04-03-1888, em Castro Laboreiro, Melgaço. Trabalhador, foi entregue pela Comarca de Melgaço à Delegação do Porto da PVDE em 12-07-1940, ficando à disposição do TME. Condenado, em 20-08-1940, a 8 anos de degredo, «pena esta que substitui a pena de prisão correcional imposta no cível», «por ser detentor de um revolver de calibre 9 mm, arma proibida por lei, e com o qual no dia 3-05-1939 fez uso, disparando-o contra o seu irmão Manuel José Domingues, a quem causou ferimentos».
Nasceu em 27-10-1907, em Lisboa. Preso pelo Comando da PSP de Lisboa e entregue à PVDE em 29-01-1934, acusado de ser militante do PCP e ter feito propaganda da greve revolucionária de 18 de janeiro de 1934 junto dos operários da Administração do Porto de Lisboa. Foi-lhe apreendida uma pistola e respetivas munições, pertença de um guarda da PSP, então desarmado, e «um pedaço de carvão com que nas paredes das escadas e prédios da cidade desenhava a foice e o martelo».
Nasceu em 27-04-1903, em Lisboa. Enfermeiro dos Hospitais Civis de Lisboa e militante do PCP, foi preso pela PVDE em 02-05-1937, «para averiguações», e recolheu, incomunicável, a uma esquadra. Transferido, em 12-05-1937, para o Aljube, ficou na sua enfermaria entre 21 de maio e 5 de junho de 1937, dia em que embarcou, sem qualquer julgamento, para o Tarrafal, onde integrou a OCP e, depois, a Organização dos Comunistas Afastados.
Cidadão italiano foi capturado pela PVDE no posto fronteiriço de Beirã em junho de 1941, por ter entrado clandestinamente, estar indocumentado e fazer-se passar por português. Acusado de alegado envolvimento em redes que tentavam organizar a passagem de refugiados para Portugal e de afirmações contestadas pela PVDE, seguiu para o Tarrafal, onde deu estrada em 08-01-1942, sem ter sido julgado. Por despacho do Diretor Esmeraldo Pais Prata, de 27-01-1944, saiu em 27-01-1944, com destino à Diretoria da PVDE. Terá desembarcado em Lisboa em 14-02-1944 e seguiu para Caxias.
Nasceu em 05-03-1909, na Marinha Grande. Ferroviário e militante do PCP, foi preso em 01-12-1935. Levado para uma esquadra, iniciou o rodopio entre cárceres: Delegação do Porto da PVDE (12-11-1935), Peniche (22-12-1935), esquadra (15-04-1936), Aljube (16-05-1936) e, novamente, o Porto (28-05-1936). Condenado, em 23-06-1936, a 20 meses de prisão, passou por Peniche (30-06-1936) e Caxias (14-10-1936), antes de embarcar, em 17-10-1936, para o Tarrafal, quando lhe faltava cumprir pouco tempo de prisão.
Nasceu em 22-08-1906, em Vila do Bispo. 1.º fogueiro da Armada, em serviço no contratorpedeiro «Dão», integrava o Secretariado da Organização Revolucionária da Armada e foi considerado um dos dirigentes da «Revolta dos Marinheiros» despoletada em 08-09-1936. Enviado, nesse mesmo dia, pelo Comando da PSP de Lisboa à PVDE, recolheu à 1.ª esquadra e, em 12-09-1936, foi transferido para o Aljube, seguindo, em 18-09-1936, para a Cadeia Penitenciária de Lisboa.
Nasceu em 10-03-1907, na Azambuja. Ajudante de motorista, com residência em Lisboa, foi preso em 26 de agosto de 1931, acusado de estar implicado na revolta contra a Ditadura Militar. Levado para o Quartel do Carmo por soldados da GNR, passou para a Penitenciária e, em 02-09-1931, e foi deportado para Timor. Abrangido pela amnistia de 05-12-1932, regressou em 09-06-1933. Libertado, terá ido viver para Tagarro, no concelho da Azambuja. Novamente a viver em Lisboa, onde era canalizador, foi detido em 16-04-1937 e mantido, incomunicável, numa esquadra.
Nasceu em 1912, Monte Pedral. Ajudante de farmácia, integrava, desde 1931, a FJCP, encontrando-se referenciado pela polícia. Participou na reorganização daquela, assegurou a impressão de manifestos, procedeu à sua distribuição, garantiu ligações com a província, incentivou a formação de células no Exército e integrava as chamadas «Brigadas de Choque». Preso em 24-04-1932, na serra de Monsanto, o ministro do Interior fixou-lhe residência na ilha Terceira, por ser «elemento de uma atividade extraordinária e perigosíssima», ficando a aguardar o embarque na Penitenciária.