Guiné-Bissau

Nasceu em Bissau, a 16 de fevereiro de 1935. Muçulmano, de etnia Mandinga, motorista da Guarda Fiscal, com o 2º grau de instrução, filiou-se no P.A.I. em setembro de 1961 e foi preso pela PIDE em 12 de abril de 1962, deu entrada no Tarrafal a 4 de setembro do mesmo ano. Declarou-se arrependido por mais de uma vez. Considerado bem comportado, foi punido a 28 de janeiro de 1966 com 3 dias de prisão na cela disciplinar a pão e água e proibição de receber e expedir correspondência durante um mês, por agressão a um companheiro. Regressou à Guiné em1969.
Nasceu na Freguesia de S. Nicolau Tolentino, S. Domingos, Cabo Verde, a 06-11-1930, mas foi anda criança para a Guiné. Fez a 4ª classe em Mansoa e o curso de Prático Agrícola – equivalente ao 2º ano – na Escola Prática de Agricultura D. Dinis, na Paiã, Odivelas, Portugal. Regressou à Guiné em 1958, para estagiar na Brigada Hidráulica da Guiné, na Fazenda Experimental de Fã.
«Imbande Seide» Nasceu em Bissau, em 1925 (?). De etnia Mandinga, muçulmano, casado «segundo os usos e costumes», analfabeto, empregado comercial da firma António Silva Gouveia, em Geba. Aderiu ao PAIGC no início de 1962. Preso pelos Serviços Militares a 27 de junho de 1962, em Geba, deu entrada no Tarrafal a 4 de setembro. Nesse mesmo ano morreram-lhe a mulher e o filho. Considerado com «bom comportamento prisional» e «reabilitado para meio isento de subversão», ao pedir a sua libertação em dezembro de 1968 declara que «deseja continuar cidadão português». Regressa à Guiné em 1969.
Natural de Biombo, de etnia Papel. Preso em Empada pelos Serviços Militares a 28 de junho de 1962 por «suspeitas de ter tomado parte na morte de um motorista europeu – Januário Simões Marcelino – e em cuja camioneta seguia com outros nativos, entre os quais os também detidos Marco Gomes e Luís António Silva». Deu entrada no Tarrafal a 4 de setembro de 1962.
Nasceu em Geba. Conheceu Amílcar Cabral quando este ali esteve como engenheiro. Agricultor, Produtor  de cana-de-açúcar, foi militante das primeiras horas do PAIGC. Seria preso em 1962, com quase todos os homens de Geba, como retaliação pela morte de um agente da PIDE no decorrer de um assalto à povoação em busca de militantes clandestinos. Deportado para o Campo de Concentração do Tarrafal em 1962, disseram à mãe que tinha sido morto. Só depois de vários meses no Campo foi autorizado a escrever à família, tendo a mãe reconhecido a letra. Sairia em 1964.
Nasceu em Cacheu, a 1 de maio de 1940. Manjaco, católico, estudante da Escola Técnica de Enfermagem, com o 2º grau, foi incorporado pelos Serviços Militares como 1º Cabo em 1961, e aderiu ao PAIGCV em 1962. Informado pelo Chefe de Serviço de Segurança Militar que iria ser preso, desertou em março de 1962, mas foi preso pela PIDE a 27 de junho, na área de Binar. Levado para a sede da PIDE em Bissau foi transferido para a Ilha das Galinhas em 1 de setembro e enviado no dia seguinte para o Tarrafal.
Nasceu em Bolama, em 1915 (?). Muçulmano, casado e pai de cinco filhos, sabendo assinar o nome, lavrador, alferes de 2ª linha e regedor de Bolama. Aderiu ao Partido Africano da Independência (P.A.I., antecessor do PAIGC) em maio de 1962, sendo preso pouco depois pelos Serviços Militares, a 18 de julho.