José Correia Pires

Fase I
RGP
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Nasceu em 17-04-1907, em São Bartolomeu de Messines, Silves. Carpinteiro em Messines, integrou o núcleo das Juventudes Sindicalistas, militou na CGT e pertenceu ao Sindicato da Construção Civil. Detido em 1932, em Faro, permaneceu seis meses na Cadeia do Aljube, onde conviveu com anarquistas e anarcossindicalistas. Julgado pelo TME em 1933 e absolvido, participou na preparação da greve revolucionária de 18 de janeiro de 1934 na região algarvia, em que não participou por andar fugido. Exilou-se em Espanha e, em Madrid, integrou o secretariado da Federação Anarquista dos Portugueses Exilados. Regressou, clandestinamente, fixou-se em Lisboa e envolveu-se em conspirações reviralhistas. Preso em 05-11-1936, recolheu, incomunicável, à 32.ª esquadra, iniciando o circuito de transferências entre cárceres: 1.ª esquadra (09-01-1937), Aljube (01-03-1937), 28.ª esquadra (03-03-1937), 1.ª esquadra (16-03-1937), Aljube (23-03-1937). Deportado, em 05-06-1937, para o Tarrafal, sem ter sido julgado, passou dezenas de dias na «frigideira», integrou a «brigada brava» e construiu muitos caixões dos que faleciam. Regressou em 20-02-1945, entrou em Caxias e, amnistiado em 07-03-1945, seria libertado em 09-03-1945. Manteve atividade libertária e fixou residência em Almada. Faleceu, em 28-10-1976. 

Memória de um prisioneiro do Tarrafal
Memórias
Autor: José Correia Pires
Edição: Edições Dêagá, Lisboa, 1975