Jorge da Silva

Nasceu em Bolama, a 14 de agosto de 1934. De etnia Mancanha, católico, solteiro, com a instrução primária, guarda-fios dos CTT em S. Domingos. Preso a 28 de julho de 1962, por ter o nome numa lista do P.A.I. apreendida pela PIDE. Preso no Batalhão de Bula até 31 de agosto, levado para a Ilha das Galinhas, embarcou no dia seguinte para o Tarrafal. No campo, onde trabalhou como pintor, continuava a mobilização: «Fazíamos reuniões semanais para manter viva a chama da luta, à espera do dia da nossa libertação». Aproveitavam também para estudar: «Muitos sequer sabiam ler ou escrever e aproveitaram para aprender. (…) Com miolo de pão fazíamos uma ferva, dava uma espécie de cola; quando íamos às obras aproveitávamos os sacos de papel, colávamos e fazíamos um quadro». O governo da Guiné não autorizou que fizessem exames. Reconhecendo-lhe «bom comportamento prisional», os responsáveis do Campo julgavam-no irrecuperável. No regresso, em 1969, ficou nos CTT, em Bissau. Após o 25 de Abril mudou para Bafatá, até à reforma.