Nasceu em 02-03-1902, em Fiães do Rio, Montalegre. Torneiro mecânico no Arsenal da Marinha, tornou-se militante do PCP em 20-09-1928 e, em 21-04-1929, era eleito Secretário-Geral. Detido em 29-09-1930 e enviado, em 08-10-1930, para S. Julião da Barra, foi desterrado para Lajes do Pico e, em 15-02-1931, transferido para as ilhas do Sal e do Fogo. Regressou em fevereiro de 1933, entrou na clandestinidade, interveio no VII Congresso da Internacional Comunista e foi preso em 11-11-1935, após o regresso de Moscovo. Transferido, em 20-12-1935, para o Aljube, seria deportado, em 08-01-1936, para Angra do Heroísmo, condenado a 6 anos de desterro e enviado, em 23-10-1936, para o Tarrafal, onde sobressaiu na organização prisional dos comunistas, nos debates ideológicos e orientações político-partidárias. Dotado de conhecimentos e capacidades técnicas, contribuiu para a construção de engenhos úteis ao quotidiano e dirigiu a oficina de serralharia, tendo sido criticado pelo voluntarismo em evidenciar que os deportados não eram desqualificados. Apesar das condições vividas, Manuel Firmo nunca o ouviu «pronunciar uma palavra menos correta, mesmo em relação aos próprios carcereiros» e «tão-pouco o vi exaltar-se». Faleceu em 11-06-1942, aos 40 anos, vítima da biliosa e sem a devida assistência médica.
Circunstâncias da morte
Bento António Gonçalves, torneiro mecânico e Secretário-Geral do Partido Comunista Português faleceu, no Campo de Concentração do Tarrafal, vítima de uma biliose, sem a devida assistência médica, quando já tinha cumprido a pena a que fora condenado pelo Tribunal Militar, em 11 de setembro de 1942, com 40 anos de idade.