Nasceu em 23-12-1904, em Sangalhos. Médico, foi detido pela PVDE em Coimbra, em 02-02-1942, acusado de ligações ao S.O.E. britânico (com o pseudónimo de agente H.560), e enviado, no dia seguinte, para o Aljube. Transitou, em 17-05-1942, para Caxias e, por determinação da diretoria da PVDE, seguiu, em 05-08-1942, para o Tarrafal, ficando «num pavilhão à parte». Recusou distinções e partilhou o quotidiano dos outros encarcerados, tendo um ofício, datado de 26-10-1943, «determinado que devia recolher ao Campo de Concentração da Colónia Penal, ficando no mesmo regímen dos restantes presos». Transferido, em 15-05-1944, para o Aljube, saiu, em 27-05-1944, em liberdade condicional. Dirigiu, em outubro, uma exposição ao ministro do Interior a denunciar as condições em que viviam e morriam os tarrafalistas e a atuação, criminosa, do médico e do diretor do Campo, tendo enviado para os tarrafalistas «milhares de escudos de medicamentos salvadores». Detido em 28-07-1952, passou pelo Aljube e Caxias (01-08-1952). Libertado em 25-09-1952, ficou impedido de exercer medicina em instituições públicas, mas continuou solidário com os presos e suas famílias. Faleceu em 20-07-2000.