Nasceu em 27-04-1903, em Lisboa. Enfermeiro dos Hospitais Civis de Lisboa e militante do PCP, foi preso pela PVDE em 02-05-1937, «para averiguações», e recolheu, incomunicável, a uma esquadra. Transferido, em 12-05-1937, para o Aljube, ficou na sua enfermaria entre 21 de maio e 5 de junho de 1937, dia em que embarcou, sem qualquer julgamento, para o Tarrafal, onde integrou a OCP e, depois, a Organização dos Comunistas Afastados. Castigado com vários dias de internamento na «frigideira», revelou-se, durante oito anos e meio, um «bom profissional de enfermagem» e, como tal, uma preciosa ajuda aos presos que adoeciam e que não tinham, intencionalmente, outra assistência méF1a ou medicamentosa. Diligente, infatigável e prestável, era, frequentemente, o único recurso dos deportados enfermos, apesar dos meios escassos ou inexistentes que possuía. Abrangido pela amnistia de 18-10-1945, regressou em 01-02-1945 e saiu em liberdade. Manuel Francisco Rodrigues, que o conhecera «nos tempos da nossa mocidade, quando o idealismo nos lançou para o seio das organizações da juventude sedenta de justiça e de liberdade», reencontrou-o no Tarrafal.