Eduardo Valente Neto

Fase I
RGP
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Nasceu em 1898-9, em Pardilhó, Estarreja. Marítimo (fragateiro), filiado no PCP desde, pelo menos 1932, seria detido em 24-04-1932, na Serra de Monsanto, quando assistia à instrução de lançamento de bombas a utilizar no 1.º de Maio. Considerado um «elemento perigoso e desembaraçado», foi-lhe fixada, em 10-08-1932, residência obrigatória em Cabo Verde ou em Timor, dando entrada na Penitenciária, onde ficou a aguardar a oportunidade de embarque. Acusado de «bombista», o TME de 20-10-1934 condenou-o a dez anos de degredo, com prisão no local. Interpôs recurso, mas a sentença foi confirmada na sessão de 03-11-1934. Transferido, em 19-12-1934, do Aljube para Peniche, regressou àquele cárcere em 20-03-1935, embarcou, em 23-03-1935, para Angra do Heroísmo e seguiu, em 23-10-1936, para o Tarrafal, onde adoeceu com a febre biliosa e foi um dos obreiros na filtração das águas insalubres a partir das pedras vulcânicas porosas, revelando-se «um camaradão sempre bem-disposto». Abrangido pela amnistia de 18-10-1945, regressou a Lisboa, no vapor «Guiné», em 01-02-1946, saindo em liberdade.