Portugal

Nasceu c. 1899, em Santarém. Integrou, como 1.º cabo, o Corpo Expedicionário Português. Funcionário público, estava, em 1932, com residência obrigatória em Cabo Verde. Abrangido pela amnistia de 05-12-1932, regressou e apresentou-se na Secção de Vigilância Política e Social em 19-01-1933. Novamente preso em 1933, seria deportado, em 19-11-1933, para Angra do Heroísmo, «acusado de estar implicado na preparação de um movimento revolucionário prestes a eclodir».
Nasceu em 30-04-1908, em Lisboa. Serralheiro, foi detido pela PIDE em 10-04-1947, «para averiguações», e enviado para o Aljube. Embarcou, em 11-04-1947, para o Tarrafal, sem ter sido julgado ou incriminado, provavelmente devido à greve dos trabalhadores das construções e reparações navais dos estaleiros de Lisboa, organizada pelo PCP. Vigiado por guardas da PIDE, ficou numa instalação diferente dos presos que já se encontravam no Campo. Libertado em 30-09-1947, ficou a aguardar viagem para Lisboa na Cidade da Praia. Regressou em 07-11-1047 e apresentou-se na sede da PIDE, tendo sido solto.
Nasceu em 06-11-1900, em Lisboa. Trabalhador, com residência em Lisboa, foi preso em 31-10-1927, «por conspirar contra a Ditadura Militar e ter ligações revolucionárias». Deportado, em 15-11-1927, para África, seguiu, em 10-09-1930, para os Açores, indo a bordo do vapor «Mouzinho». Em dezembro de 1932, quando abrangido pela amnistia do dia 5, encontrava-se com residência obrigatória em Cabo Verde, «por motivos políticos». Regressou e apresentou-se em 17-01-1933, indo residir no Porto.
«O Al Capone» Nasceu em 16-02-1910, em Lisboa. Grumete de manobras no NRP «Dão», participou na «Revolta dos Marinheiros», organizada pela ORA em 08-09-1936. Entregue, nesse mesmo dia, pelas autoridades da Marinha à PVDE, «por insubordinação», e levado para o 3.º Posto da 14.ª esquadra, «Mitra». Transferido, em 18-09-1936, para a Cadeia Penitenciária, seria condenado, em 13-10-1936, a 6 anos de prisão maior celular, seguidos de 10 de degredo ou, em alternativa, a 20 anos de degredo.
Nasceu em 21-07-1913, em Lisboa. Enfermeiro, foi detido pela PVDE em 17-05-1943, «para averiguações», e enviado incomunicável para uma esquadra. Seguiu, em 15-06-1943, para o Aljube, e embarcou, em 28-09-1943, para o Tarrafal. Abrangido pela amnistia de 18-10-1945, foi libertado em 13-11-1945, ficando a aguardar embarque para Lisboa. Regressou em 01-02-1946, no vapor «Guiné», e voltou a residir no Dafundo. Segundo Manuel Francisco Rodrigues, dirigira «os serviços de saúde no forte de Caxias» e teria sido enviado para o Campo, segundo o próprio, «por ser demasiado anglófilo».
Nasceu em 19-07-1889, em Lisboa. Torneiro mecânico, trabalhou em Évora, onde conviveu com o operário tipógrafo Sertório Fragoso, que muito o influenciou quanto às suas ideias libertárias, na Catalunha, onde terá aprendido música no Conservatório de Barcelona e convivido com anarcossindicalistas, e em França, regressando a Espanha. Terá sido no regresso a Portugal que foi detido pela PVDE, «para averiguações», em 28-11-1941, e enviado para a Cadeia do Aljube.
«O José Dourador» Nasceu em 05-12-1893, em Palmela. Pintor, foi preso em 14-04-1928, acusado de ser «agitador e fabricante de explosivos» e deportado para Angola em 07-06-1928. Evadiu-se em 09-06-1928, quando o vapor «Moçambique» aportou no Funchal, sendo recapturado em 22-07-1928. Apresentou-se, em 20-10-1930, no Quartel-General do Governo Militar da Madeira, teve residência fixada nos Açores e, em março de 1931, embarcou para Cabo Verde. Abrangido pela amnistia de 05-12-1932, apresentou-se em 26-04-1933 e saiu em liberdade.
Nasceu em 13-08-1915, em Lisboa. Preso em janeiro de 1933, enquanto dirigente da Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas, seria deportado para Angra do Heroísmo, onde chegou em 22-11-1933. Condenado, em 20-08-1934, a 540 dias de prisão correcional, saiu em liberdade em 23-02-1935, integrando o Secretariado da FJCP. Enviado pelo Comando da PSP de Lisboa à SPS da PVDE em 12-07-1936, acusado de «comunista», ficou detido na Cadeia do Aljube.
«Malarranha» Nasceu em 18-03-1906, em Évora. Em 1932, estava deportado em Cabo Verde. Abrangido pela amnistia de 05-12-1932, regressou e apresentou-se na SVPS em 17-01-1933. Empregado de escritório, com residência em Évora, foi preso em 30-09-1936, «para averiguações», e recolheu à 7.ª esquadra. Entrou, de seguida, no circuito de transferência de cárcere: Aljube (25-10-1936), uma esquadra (14-11-1936), incomunicável, Aljube (28-11-1936), Peniche (19-12-1936) e 1.ª esquadra (19-02-1937).
Nasceu em 20-12-1897, em Arcos, Anadia, ou em Coimbra. Detido em 19-11-1927, «por suspeita de conspirar contra a situação», e solto em 02-12-1927. Serralheiro mecânico em Coimbra, militou no PCP e era o representante dos partidários da CIS no Comité Sindicalista Revolucionário daquela cidade aquando da greve revolucionária de 18 de janeiro de 1934. Preso em 17-01-1934 e enviado para Lisboa em 26-01-1934, seria condenado, em 09-02-1934, a 12 anos de degredo, acusado do transporte de explosivos e participação em reuniões.